Outros tratamentos
Apendicite aguda é uma doença comum, que acomete cerca de 10% da população geral. É a principal causa de tratamento cirúrgico de urgência, tanto em adultos como em crianças. Existe faixa etária que maior frequência, que engloba do pré-adolescente até o adulto jovem. Outro fator de relevância em nosso meio, é que, infelizmente, boa parte dos casos já são complicados, o que acarreta sofrimento para o paciente e para sua família, bem como maior custo para o sistema de saúde. Por isso, esse é um tema muito importante para saúde pública.
A apendicite ocorre inicialmente devido a inflamação do apêndice cecal, que pode progredir de fato para uma infecção, e caso não seja tratada em tempo hábil, pode haver perfuração do apêndice e consequente formação de abscesso local, e caso de demore mais pode haver uma disseminação da infecção em toda cavidade abdominal, que caracterizaria uma peritonite difusa.
A clínica da apendicite costuma ser característica, que consiste incialmente por dor incialmente difusa que posteriormente se localiza no quadrante inferior direito do abdome, acompanhado de náusea e vômitos. A febre usualmente acontece mais tardiamente nessa sequência de sintomas. Na criança menor pode haver diarreia associado. Ao exame físico a criança apresenta-se abatida, com fácies de sofrimento. Ao médico palpar o abdome há dor forte no quadrante inferior direito do abdome, e a descompressão é mais dolorosa ainda.
Por haver clínica bastante característica, diagnóstico da apendicite pode ser exclusivamente clínico, que é possível em até 60% dos casos. No restante dos casos, pode ser necessário a realização de exames complementares, sendo o mais útil (nos casos duvidosos) a ultrassonografia abdominal, cuja vantagem de na criança é por não haver radiação.
Em toda criança com dor abdominal aguda e mais intensa, deve-se sempre aventar a possibilidade de apendicite aguda, e por isso, os pais devem procurar um serviço médico de urgência. Se no pronto-atendimento se suspeitar clinicamente de apendicite aguda, a criança deve ser avaliada prontamente pelo cirurgião, ou então ser encaminhada para um centro médico de referência onde haja um cirurgião pediátrico.
Para se evitar complicações deve-se tentar agilizar todo o processo, desde a suspeita pelos pais, passando pelo primeiro atendimento médico e até a avaliação do cirurgião, inclusive evitando-se exames complementares desnecessários, que podem atrasar o diagnóstico e o tratamento cirúrgico em tempo hábil.
Bibliografia
Ávila SGA. Apendicite aguda. In: Piçarro C. (editor). Fundamentos em Cirurgia Pediátrica. Editora Manole: Santana de Parnaíba, 2021. P: 359-366.
