Outros tratamentos
É uma das doenças congênitas mais comuns na criança, e a malformação urológica mais frequente no menino. Relaciona-se à descida testicular durante a vida fetal. O testículo é formado dentro do abdome junto ao polo renal inferior. No final da gestação ocorre sua descida até a base do escroto. Nesse processo, o testículo pode ficar retido dentro do abdome, na região inguinal ou mesmo na entrada do escroto. Essa descida pode ainda ocorrer nos primeiros meses após o nascimento.
O diagnóstico é clínico, em que se verifica a ausência do testículo no escroto (Fig. 1). Usualmente isso acontece logo à primeira avaliação clínica após o nascimento. Eventualmente pode passar despercebido, haver a suspeita dos pais, ou mesmo ser identificado na avaliação pediátrica de rotina. Na maioria dos casos se identifica o testículo na região inguinal. Caso o testículo não seja palpável, ele pode estar retido dentro do abdome, ou mesmo não existir. A criptorquia pode ser uni (mais comum) ou bilateral. Na criptorquia bilateral com ambos testículos não palpáveis, deve-se aventar a possibilidade de distúrbio de diferenciação sexual.
Figura. 1 – Criptorquia unilateral à esquerda
Todo menino com diagnóstico confirmado ou suspeito de criptorquia deve ser encaminhado ao cirurgião pediátrico precocemente, para orientação dos pais e definição de conduta. O momento do tratamento cirúrgico depende alguns detalhes, e varia de 6 meses a 18 meses de vida. No caso de criptorquia com testículo em posição inguinal, a cirurgia se faz por meio de acesso cirúrgico convencional. Já nos casos com testículo não palpável, realiza-se por meio de videolaparoscopia e pode ser por etapas.
Bibliografia
Braga LHP, Cruzeiro PCF. Criptorquia. In: Piçarro C. (editor). Fundamentos em Cirurgia Pediátrica. Editora Manole: Santana de Parnaíba, 2021. P: 454-465.